Páginas

[Desafio Jane Austen] Resenha - Orgulho e Preconceito


Sinopse:

Orgulho e Preconceito - Na Inglaterra do final do século XVIII, as possibilidades de ascensão social eram limitadas para uma mulher sem dote. Elizabeth Bennet, de vinte anos, uma das cinco filhas de um espirituoso, mas imprudente senhor, no entanto, é um novo tipo de heroína, que não precisará de estereótipos femininos para conquistar o nobre Fitzwilliam Darcy e defender suas posições com perfeita lucidez de uma filósofa liberal da província. Lizzy é uma espécie de Cinderela esclarecida, iluminista, protofeminista. Neste livro, Jane Austen faz também uma crítica à futilidade das mulheres na voz dessa admirável heroína — recompensada, ao final, com uma felicidade que não lhe parecia possível na classe em que nasceu.

   “É uma verdade universalmente conhecida que um homem solteiro que possua grande fortuna deve estar à procura de uma esposa”.
Quando comecei esse desafio eu sabia da dificuldade que teria em falar sobre os livros da Jane Austen.Talvez, por esse motivo, comecei o desafio falando sobre filmes que foram baseados em algumas das obras, pois precisava sentir o terreno, pisar no chão só para depois começar a andar pelos livros e ter coragem de falar sobre.
Todos temos uma lista de livros que nunca falamos ou resenhamos. Pode ser por ele ser tão ruim que preferimos ignorar ou por ser o oposto e não saber como passar isso, e Orgulho e Preconceito está nessa lista.

O difícil de falar sobre é que ele nunca será uma leitura para as pessoas, a obra tem 200 anos e nesse período grande de tempo  ele foi tão adaptado, serviu de plano de fundo e inspiração para tantos outros livros, filmes, séries, documentários e trabalhos finais de faculdade que ninguém pode dizer que não conhece Orgulho e Preconceito, arrisco em dizer que mesmo quem nunca tenha pego o livro para ler, vai ser lego no assunto, já que até uma primeira leitura seria classificada como "releitura da obra" por termos já o enredo na cabeça.
Sabemos que Lizzie Bennet tem uma família engraça e complexa, uma mãe que sofre dos nervos e um pai não tão presente na educação das filhas, mas que é terno e carinhoso com a sua preferida.
Do outro lado vemos um Darcy com dinheiro, não muito confortável naquele lugar, que não acha a dança uma boa prática e que não gosta de fazer sala para ninguém.
O final tão conhecido em que Darcy se declara a jovem  é adorado por tantas mulheres que existem clubes de fãs do sr. Darcy.
Porém, um livro é aquilo que seu leitor interpreta e toda vez que leio Orgulho e Preconceito descubro coisas e facetas da autora que não tinha lido antes. Ele acompanha minha maturidade já que li na adolescência e o que me prendia era o romance, hoje na juventude ele se apresenta com um olhar crítico dessa obra tão amanda.


Jane Austen crítica os costumes da aristocrática do início do século XIX, na Inglaterra. Lizzie Bennet questiona o papel de submissão da mulher o tempo todo. Ao recusar a proposta de casamento do Sr. Collins , cujo a única pretensão é salvar a sua casa e assegurar a vida dela e das irmãs para que a mesma não seja de uma futura esposa do seu primo, ou quando se chatea-se  com sua melhor amiga Charlotte que por pressão da sociedade e devido a sua idade avançada decide aceitar a proposta de casamento antes recusada por Lizzie.
Ela também não aprova a mãe ao deixar as filhas mais novas a solta em busca de um partido e nem de seus planos em unir Jane ao  Mr. Bingley.
A personagem principal da história não é tola como as demais damas, não é inocente como Jane que não enxerga o lado ruim das pessoas, ela está o tempo todo duvidando das atitudes e caráter dos demais da trama. Não é porque Mr. Bingley tem dinheiro que será bom para sua querida irmã, e ela é assim, um ser que questiona tudo e todos e até a si própria.
“Nunca vi tal mulher [ultra prendada, como Darcy e Caroline Bingley descrevem]. Nunca vi tal capacidade, gosto, aplicação e elegância como você descreve, juntas”
Ela não fica uma jovem boba ao se vê apaixonada pelo Darcy, ao contrário, em uma das minhas cenas favoritas, em que ele declara estar apaixonado por ela, a mocinha da história o coloca contra a parede e joga na cara dele o quanto preconceituoso ele é referindo -se a sua família, a sua casa, aos costumes de seus amigos e familiares. De como ele não poderia falar sobre amor com ela se o próprio armou para que sua irmã não tivesse um futuro com seu amigo.
Ela, mesmo já sentindo algo o julga e isso é de uma importância imensa ao meu ver. Pois, essa história de que o amor é cego é para aqueles que querem tampar o sol com a peneira. Ela enxerga todos os defeitos dele e os dela.
Isso, cheguei no ponto que queria, os personagens tem defeitos e bem aparentes. Darcy é pomposo, arrogante, anti social,tímido, orgulhoso também e preconceituoso. Acredita que uma mulher tem que ser prendada saber cantar, bordar, tocar piano, ter boa educação e bons modos, mas se apaixona por uma mulher que não se enquadra nesse esquema e que é bem a frente do seu tempo.
   “Ela é tolerável, mas não bela o bastante para me tentar. Não estou com ânimo no momento para consolar jovens rejeitadas por outros homens”.
Contudo, é quase impossível não se apaixonar pelo Darcy, talvez por ele ser transparente em seus defeitos e as qualidades são mostradas aos poucos e são várias.
O livro mostra que as aparências enganam e ele é recheado de ironias e sátiras que ainda hoje conquistam fãs no mundo todo.
 “Em vão tenho lutado sem sucesso. Deve permitir que eu te diga o quão ardentemente te admito e te amo”
Jane Austen, ao meu ver depositou um pouco dela em Lizzie, elas são feministas e nem sabem, elas são bem a frente do seu tempo, ela relata problemas do século XIX que ainda estão vivos em pleno século XXI. Entretanto, não é por ser feminista que ela se torna uma pessoa fechada e não aberta ao amor, ao contrário, por saber muito bem o que queria ela passa por cima do seu orgulho e aceita que aquele homens com defeitos pode ser um ótimo marido e o amor que ela buscava.
Escrito pelo ponto de vista da Lizzie, a escrita dela, acredito que para quem nunca leu nenhum clássico ou nenhum livro de época o começo pareça estranho de se acostumar com a linguagem,mas continue e se surpreenderá.
  “A imaginação de uma mulher é muito rápida; pula da admiração para o amor e do amor para o matrimônio em um instante”

Falei demais rs, espero que tenho gostado
Comentem porque estou nervosa com essa resenha!


Beijos

0 comentários :

Postar um comentário

 
Layout feito por Adália Sá | Não retire os créditos