Olá, pessoal! Há umas semanas atrás eu descobri que aqui no Rio irá acontecer um musical sobre Harry Potter, e, como uma boa fã que sou, marquei presença no evento do Facebook. Mas o projeto deles me chamou tanto a atenção, que entrei em contato com eles na cara de na coragem. Assim, eu e Camilla pudemos conhecer a produção, a direção e o elenco do musical, e conseguimos uma entrevista exclusiva para o nosso blog!
O papo foi tão bom que de uma entrevista decidimos fazer o Especial - A Very Potter Musical, que trará hoje essa entrevista com a produção e direção, e amanhã com o elenco! Confira agora o que eles contaram sobre o musical!
A VERY POTTER MUSICAL
Entrevista – Produção e Direção:
Entrevistados:
Direção e Adaptação: Julio Angelo
Ass. Direção: Dandara Costa
1) Como
surgiu a ideia de um musical sobre Harry
Potter?
Julio Angelo ( Diretor): O musical original
foi feito em 2009, A Very Potter Musical, pela companhia Star Kiss. A Star Kiss
era formada por estudantes da Faculdade de Michigan que decidiram fazer uma
peça sobre Harry Potter. A primeira ideia que eles tiveram foi de compor uma música dizendo que o Draco era apaixonado pela Hermione.
Então, a primeira música que surgiu mesmo foi a Granger Danger. Nisso eles
tiveram a ideia de fazer todo o musical. A ideia de trazer pra cá, fazer uma
versão no Brasil, surgiu porque existem tantas possibilidades de teatralidade, e, sendo uma
paródia, temos uma liberdade muito grande de criação. Há uma
sátira e um humor muito específico e muito interessante de se fazer dentro de
uma faculdade, que é o lugar onde você pode experimentar, e isso foi o que mais me
interessou quando eu assisti o espetáculo de 2010. Aí guardei tudo na caixinha e fiquei pensando,
depositando esses pensamentos para o futuro. Então eu me perguntei, "o que eu
posso fazer"? E é sobre coisas que eu gosto muito: Harry Potter, teatro,
musical. Além disso, era uma coisa que eu via muito nesse lugar exatamente da
experimentação, sem falar que me despertou muito o interesse por ser um projeto acadêmico desde o princípio. Desde o princípio foi feito numa faculdade, foi o que mais
me fez ter essa decisão de fazer o musical aqui dentro (UNIRIO).
2) Como
foi o processo de elaboração do musical? Quais foram as maiores dificuldades
enfrentadas?
Julio Angelo ( Diretor): Maiores dificuldades?
Tudo! (risos) Porque é muito difícil, muito difícil. O teatro musical abrange
vários seguimentos: a cena, o canto, a dança. E tudo já começa na seleção dos
atores. Por ser um projeto acadêmico, nós queríamos atores de
faculdades federais, era uma coisa que a gente pensou desde o início, de o
elenco ser composto por estudantes. E o meu orientador, o Rubinho, me deu essa
força na questão de “vamos seguir com estudantes”. É importante lembrar também que os atores precisavam dessa noção de que existe
o canto, a dança, a interpretação, e de que tudo é ligado. Eles já têm essa dificuldade, de como
assimilar tantas coisas. Uma outra dificuldade é a grana. Por ser um projeto acadêmico a
gente não tem dinheiro nenhum. Não tínhamos dinheiro nenhum, nós fomos
conquistando, achando possibilidades, correndo atrás de tudo. A questão da
grana acho que está acima até da questão dos atores. Repito, era um projeto
acadêmico, a gente sabe o nosso lugar, não queremos sair desse lugar que é a
raiz desse projeto. Não queríamos subir muito e perder a cabeça na pretensão,
em querer coisas muito caras. E não teríamos possibilidade disso.
Dandara Costa (Ass. direção): Esse era um projeto
para ser feito numa sala da teatro, não num teatro e nem num auditório, a ideia
era em uma sala. Então a questão do dinheiro não era algo que mexia muito com a
gente porque não precisaria de equipamento de som, microfones, o cenário seria
bem reduzido. Então, depois que a gente teve que tirar o nome da Unirio, nós
tivemos que nos adequar ao espaço que tínhamos, que era o Vera Janacopulos. E lá exige muito mais de equipamentos sonoros, microfonia e tudo mais. Então esse
foi um estresse.
Julio Angelo ( Diretor): Esse lugar que ela (Dandara Costa) citou como dificuldade, a grana e também a questão do teatro musical. O
teatro musical enfrenta muito preconceito aqui dentro da faculdade. Dentro das
faculdades em geral. Muito preconceito por acharem que essa é uma arte menor. Muitas das vezes, essas grandes produções que existem no mercado têm apenas dois
meses de ensaio. Dois meses de ensaio pra fazer tudo isso. Ou seja, alguma
coisa vai pecar. A interpretação é sempre deixada de lado. Se você tem um rosto
bonito e canta bem, você já é perfeito para o papel. Ou seja, perde um pouco da
credibilidade. E as pessoas entram no senso comum de que é uma coisa ruim, e
não é. É muito mais difícil do que imaginam. Muito. E o que aconteceu aqui
dentro da faculdade, uma das questões da gente ter sido coagido a tirar o nome
da Unirio desse projeto foi esse lugar, de preconceito. Acho que essas são as
coisas mais difíceis.
Juliana Souza ( Produção): Nossos apoiadores são completamente
loucos! (risos) Mas assim, são pessoas que são apoiadoras, e eu acho importante dizer
isso, que a gente não acreditava que iria conseguir apoio de certos lugares. E
eles nos acompanharam. Pessoas que estão nos ajudando na confecção do nosso
figurino sem darmos um tostão, nós estamos apenas divulgando o trabalho dessas
pessoas. As pessoas estão dando coisas caras pra gente. E a contrapartida é
minúscula. Por isso é muito
incrível que tudo isso esteja acontecendo. Porque nós sabemos que nós nos
estressamos, que não dormimos de noite, e quando por exemplo, vocês aparecem
querendo conversar conosco desperta em nós o sentimento que estamos fazendo
alguma coisa certa. Que está dando resultado. 3000 pessoas confirmaram presença
no nosso evento, não sabemos se todas essas pessoas irão caber no teatro. A
responsabilidade é alta.
Julio Angelo ( Diretor): A gente está nesse
lugar de respeito, pois estamos mexendo com com algo muito delicado que é o mundo
de Harry Potter. Fez parte de uma geração inteira. Por isso, temos que
respeitar o que a gente faz, temos que respeitar as pessoas que curtem as
nossas publicações na página, que confirmaram presença no evento, temos que
respeitar todas essas pessoas. Porque esse é o nosso papel como artistas.
Dandara Costa ( Ass.direção): E voltando a essa
questão delicada, muitas pessoas são fãs de Harry Potter e de musicais. Então,
se você pega os fãs de Harry Potter e os fãs de musicais, a coisa explode
(risos).
3) Qual
é a rotina dos ensaios, e como é o entrosamento do elenco?
Julio Angelo (Diretor): Só não ensaiamos às
terças-feiras, praticamente. No início do projeto, tínhamos poucos ensaios.
Depois que a gente foi vendo que o lugar era um pouco mais acima, a gente foi
se adequando, se adaptando. E essa adaptação está sendo até o momento. Porque
agora que entramos nessa reta final, exige muito mais concentração,
responsabilidade, horário, tudo. Então, os atores estão se adaptando ainda. Nós
estamos nos adaptando também. Eles não ensaiam às terças, mas nós trabalhamos
todos os dias. Quanto ao entrosamento, foi incrível! Desde as audições. O Jeff
(Rony) e o Contente (Harry) se amaram de paixão. Eles disseram um para o outro,
você vai ser o Harry e você o Rony, parece que eles já sabiam pela áurea que
isso iria acontecer. Acho um entrosamento muito bacana, somos uma família
Potter.
Dandara Costa (Ass. direção): Um dos nossos
atores quebrou o pé há pouco tempo, ele estava muito desesperado e nós falamos
para ele conversar com os parceiros de cena dele. Então, um dos garotos do
elenco chegou a buscá-lo em casa, que era num local extremante diferente da
rota dele. Fez tudo para que as coisas funcionassem, porque um precisa do outro
e todo mundo precisa de todo mundo. Eles são bem família assim. Por muitos
deles morarem longe, muitos dormem da casa um do outro.
Julio Angelo (Diretor): Por conta dos
horários dos ensaios também, que tiveram que ser estendidos. Por isso, muitos
deles acabam perdendo a condução e precisam ficar na casa de alguém. E não tem
problema nenhum nisso, é muito legal. Essa é uma das coisas que dá mais valor ao
que a gente faz.
Juliana Souza ( Produção): O que eu acho legal
também, é que eles já tinham um contato com os atores e eu entrei depois. E até
nos momentos em que precisamos sentar com eles para passarmos questões de
produção, são sempre momentos muito intensos, porque eles se envolvem com
aquilo que está sendo dito. Eles perguntam, eles querem saber, querem dar
sugestões. Se eles têm alguma ideia eles já vêm falar com a gente. Eles estão
muito envolvidos enquanto amigos, enquanto atores e enquanto produção. Eles são
muito interessados e isso estimula a gente.
Julio Angelo ( Diretor): Se não fosse
estudante, eu não sei se teria isso. Tem muito ego nesse mercado, e eles não
estão nesse lugar. Aqui nos corredores da faculdade, pra fazer teatro eles
precisam disso. Isso que eu acho mais interessante.
Dandara Costa (Ass.direção): E essa rotina de
muitos ensaios, pesada, deixa qualquer um exausto. Nós falamos para eles que
eles devem chegar na segunda-feira com todo o pique e eles chegam, sabe? Isso é
muito incrível.
4) O
musical é baseado em um dos livros da saga? (Se sim, qual seria?)
Julio Angelo (Diretor): É sobre tudo, é uma
miscelânea. É uma paródia da saga inteira, e isso é o mais interessante porque
os criadores originais zombaram de tudo. Não tem perdão, é tudo sacanagem. Mas
tudo no lugar de não diminuir, mas de elevar para outro lugar. Isso que eu acho
mais legal. Nós falamos da saga, mas é
uma história que abrange outros assuntos, isso é muito legal.
Dandara Costa(Ass. direção): E as pessoas vão
ver no espetáculo o que nós vimos em 7-8 anos. A mudança dos personagens eles
verão em 2 horas e meia (risos).
5) O
que o público – principalmente o público fã! – pode esperar do musical?
Julio Angelo (Diretor): Essa é uma pergunta
capciosa (risos). Já que essa é uma versão brasileira, acho que esse é um lugar
muito de abrasileirar, sabe? Nós trouxemos o espetáculo pra cá, é a nossa
versão brasileira mesmo. A identificação vai ocorrer de fato, porque vai
englobar muitas coisas. Vai tratar da questão de Harry Potter, eles puderam
identificar o que está ocorrendo agora no Brasil, no que está acontecendo na
casa dele. O publico vai parar e pensar “nossa, mas isso está acontecendo
agora!”, vai ter muito isso. A história vai estar trazendo algo atual. Além de
ser uma tremenda comédia, tem críticas super bacanas.
Juliana Souza (Produção): Toca em assuntos
muito delicados, como bullying, homossexualidade, essas coisas. Toca nessas
coisas.
Dandara Costa (Ass.direção): Eu acho que o que
eles não vão esperar são reviravoltas com personagens que eles jamais iriam
imaginar que iriam se encontrar. Então, eu quero que eles cheguem com muita
expectativa. Porque isso vai acontecer (risos).
Julio Angelo ( Diretor): Essa é uma adaptação
da versão original, só que é outra coisa, é outro espetáculo. Eles não vão ver
a mesma coisa. A essência está lá, mas humildemente falando, ela está em outro
lugar (risos). A gente trouxe arranjos novos, estamos com uma banda ao vivo que
é top de linha, com sete instrumentos. As atuações são incríveis. A nossa
versão é brasileira e os fãs brasileiros vão ficar loucos.
6) Harry Potter
reuniu – e ainda reúne – uma legião de fãs com os seus livros e filmes ao longo
dos anos. Qual o sentimento em adaptar para os palcos uma das sagas de maior
sucesso do cinema/literatura?
Julio Angelo ( Diretor): Outra pergunta
capciosa (risos). É um universo que dá tantas possibilidades, que gera tantas
discussões, é tão vivo. Como eu falei, nós trazemos um espetáculo que é atual.
O último filme da saga foi lançado em 2011 e está vivo! Não para. Quem é fã de
Harry Potter não para. Faz histórias inspiradas na saga, quadrinhos, se veste,
faz tatuagem, compra todos os produtos, não para e eu acho que é muito atual. E
essa responsabilidade e de deixar essa coisa ainda mais viva. O espetáculo
original foi lançado nos EUA, está disponibilizado online para as pessoas
assistirem, mas aqui o público brasileiro nunca viu isso acontecer ao vivo.
Isso está acontecendo e não vai parar de acontecer, nós temos a
responsabilidade de manter esse espírito vivo. Temos de a responsabilidade de
fazer isso com muito amor.
O elenco e a direção do " A Very Harry Potter Musical" conversaram conosco, e vocês puderam ler na entrevista a dificuldade com o dinheiro para o musical se manter.Deixo aqui então, o pedido deles.
Não deixem de participar da Vakinha! =D
O elenco e a direção do " A Very Harry Potter Musical" conversaram conosco, e vocês puderam ler na entrevista a dificuldade com o dinheiro para o musical se manter.Deixo aqui então, o pedido deles.
Não deixem de participar da Vakinha! =D
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* Entrevista gravada e transcrita por Camilla Pereira e Isadora Ribeiro. Proibida a cópia total ou parcial da mesma sem autorização das autoras.
Adorei a entrevista e queria muito assistir o musical, pena que moro na terra perdida... Desde criança Harry Potter tem me encantado, vire e mexe eu me pego lendo seus livros e assistindo os filmes, más com certeza o musical deve ter outro nível de encanto...
ResponderExcluirAcredita que nunca li nem vi Harry Potter, sinto de vez em quando uma leitora perdida, mas do jeito que tem fãs espalhados por aí o musical será um sucesso
ResponderExcluirBeijos
Oi, tudo bem?
ResponderExcluirNão sabia desse musical. Que legal conseguir uma entrevista com eles.
Bem legal a maneira que surgiu a ideia. Verdade que quem é de Harry Potter não para hhaha
livrosvamosdevoralos.blogspot.com.br
Olha eu achei muito bacana a entrevista e achei interessante saber que tem um musical do Harry Potter. Espero que isso se torne algo comum, até porque irá chamar atenção de muitos fans. Espero poder assistir um dia. Porque eu adoro. Enfim...
ResponderExcluirhttp://lovereadmybooks.blogspot.com.br/2015/06/resenha-os-adoraveis.html
Oooi!
ResponderExcluirGeeente que deeemais isso <3
Eu não sou a maior fã de HP, mas sou fã de outras coisas e com isso fico muito feliz quando vejo esse tipo de coisa acontecendo.Adorei!
A entrevista está ótima e eu não posso participar da Vakinha agora pq ainda não recebi mas no inicio do mês vou sim porque acho que qualquer tipo de arte deve ser incentivada e quando trata de algo que amamos mais ainda.
Beijinhos,
www.entrechocolatesemusicas.com
Olá! ^^
ResponderExcluirNormalmente eu não curto musicais, não fazem muito meu estilo, mas com certeza este eu faria questão de assistir *--*
bjs
Ops, enviei sem querer...
ResponderExcluirHAHAHA
Não tinha terminado o comentário ainda --'
Apesar de não ser fã de musicais, admito que gostei não somente do tema deste, mas também da produção por trás de toda essa magia *-*
Adorei a entrevista, você conseguiu me deixar curiosa :D
Oii!
ResponderExcluirSou super fã de Harry Potter <3 Que pena que não moro no Rio :( Que vida...
Adorei a entrevista ^^
Beijos, Amanda ^^
www.vicio-de-leitura.com
Adorei a entrevista! Que pena eu ser de SP e não poder ir assistir ao espetáculo...
ResponderExcluirAh, só uma coisa: é StarKid, não Star Kiss
Olá! Tudo bem?
ResponderExcluirEu não sou fã de Harry Potter, mas, amei a entrê! <3
E achei isso do musical super legal! *O*
Parabéns pela entrevista e pela iniciativa de fazer!
Beijos e até!
www.dreamsandbooks.com
O nome da companhia q fez o musical original é StarKid, não Star Kiss uaudhsushdudh
ResponderExcluirOiiiie.
ResponderExcluirEu não curto HP, mas adorei saber do musical, parece ser muito interessante.
Gente que chique essa entrevista, eu amei.
Realmente deve ser dificil organizar tudo heim.
Adorei,
bjs
star KID, não star kiss.
ResponderExcluirOi!
ResponderExcluirNossa, que ideia fantástica, transformar HP em um musical! Fiquei admirada com a iniciativa e a coragem de trazerem esse musical para o Brasil, sem patrocinador nem nada. É uma pena que eu não more no Rio e não tenha tido a oportunidade de assistir, mas imagino que tenha sido muito legal.
Beijos
http://tudoqueeuli.blogspot.com
Nossa, o musical deve ter sido muito bom. Queria muito ter a oportunidade de assistir algo do tipo. Com certeza os fãs adoraram. Bom saber que foi bem trabalhado, o esforço compensa no final.
ResponderExcluirBeijos, Gabi
Reino da Loucura