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# Proibido... Ou não?



 Boa noite, gente!
 Meu post de hoje vai ser baseado em uma conversa que tive hoje.
 Talvez algumas pessoas achem que eu esteja errada, que tenho mentalidade de velha, e talvez eu realmente tenha. Para quem não sabe, eu tenho 22 anos, mas às vezes pareço ter uns 40 em comparação a pessoas da mesma idade e principalmente com as pessoas mais novas.




 Hoje, temos uma porção de livros de vários estilos que ficam expostos em livrarias ao alcance de quem quiser pegar.
 Temos livros que visivelmente não são destinados para crianças, mas acontece que não é da mesma forma que ocorre na compra de bebidas, cigarro ou fazer apostas na loteria; Não existe nenhum tipo de classificação etária, ou regra aonde uma criança menor de idade chegue com, por exemplo, o livro "50 tons de cinza" até o caixa de uma livraria e alguém o impeça de comprar ou peça sua identidade.
 Não é engraçado? Se uma criança tentar chegar até os cinemas para assistir a esse filme, ela não vai poder entrar a menos que esteja acompanhada por alguém maior de 18 anos, mas em uma livraria nada pode impedir ela de comprar.
 Certa vez fui até um evento, e na fila para pegar o autógrafo da Jamie McGuire, eu e uma amiga acabamos conversando com duas garotas que estavam em nossa frente. Elas começaram a perguntar sobre os livros que lemos, e no meio da conversa citaram que haviam lido "50 tons de cinza" e que o acharam fraco. Meu choque de gente velha veio quando perguntei a idade das meninas e elas disseram ter 14 anos.
 Eu sei que aos 14 anos, as pessoas já têm uma noção de "onde vêm os bebês", mas CARAMBA, eu sinceramente sou careta, porque eu não concordo que uma história desse nível foi feita e deve ser lidas por pessoas com menos de 18 anos. Quando questionei sobre como os pais deixaram, elas só disseram "Eles não sabem. Li escondida."
 Pode ser preconceito da minha parte? Sim, claro que pode.
 Sei que boa parte dos blogs são feitas por pessoas com uma faixa etária a partir de 12 anos, mas eu fico extremamente chocada ao ver a facilidade com a qual as informações estão disponíveis e me pergunto se essa evolução não pode ser o que acaba mostrando a realidade cruel que temos hoje.
 Pode pesquisar, o número de menores aliciados está cada vez maior, e eu me pergunto: Uma criança que lê uma história desse tipo tem a cabeça formada para saber separar o que é real do que não é? Ela é capaz realmente de entender o que se passa? E se ela quiser se identificar com a personagem de um livro erótico, e um cara mais velho se aproximar com intenções ruins, e na mente dela, esse tal cara não possa ser o "Christian Grey" de suas vidas e não um pedófilo estuprador?
 Esse não é o único exemplo. Vejo também, livros que abordam depressão, estupro, aborto, agressão contra a mulher (onde a mulher permite isso) sendo lidos por pessoas com menos de 18 anos, e no lugar de ter uma visão crítica para debater sobre esses assuntos polêmicos, essas crianças e adolescentes simplesmente abraçam aquele livro como um amigo e diz ser o melhor livro do mundo.
 A depressão se torna banalizada. Vejo crianças e adolescentes que leram "As vantagens de ser invisível" dizer que participam de um grupo do livro, onde todos os integrantes "já sofreram depressão pelo menos uma vez na vida". Caramba, depressão é coisa séria, e se tornou uma coisa da moda. Se a pessoa está muito triste, e chora muito, ela já diz estar deprimida, mas não tem noção do que REALMENTE significa depressão.
 Não sei se você que está lendo essa postagem vai concordar comigo, mas só estou expondo a minha opinião. Acho que o problema é que a cada dia as coisas estão sendo consideradas mais “normais”. Beber, usar drogas, fazer sexo, engravidar, tudo isso dos 16 anos para baixo, já está se tornando normal na visão da muita gente, e me pergunto se estou ficando louca.
 Ainda estou me adaptando às mudanças do mundo, e gostaria de saber o que vocês acham sobre.
 Então, qual a sua opinião sobre?


14 comentários :

  1. Interessante sua postagem, a banalização de tudo o que você comentou já vem há algum tempo e a tendência é piorar, infelizmente. Restam às famílias serem conscientes e não permitirem, tentar de alguma forma a não deixar seus filhos acharem que tudo isso é "normal". Hj em dia é difícil com os pais trabalhando fora, deixando seus filhos com a educação somente restrita a escola e a TV, internet, e isso não é nada bom...ao mesmo tempo que a independência feminina é um avanço, no quesito educação dos filhos, é prejudicial devido a essa tendência de tercerizar a educação para outros, o que geralmente o resultado é esse que estamos acompanhando e que vc presenciou: doenças psiquiátricas como depressão, sexo, gravidez, doenças venéreas, uso de drogas ilícitas e por aí vai...
    Sermos conscientes e menos permissivos neste mundo atual em que vivemos é o melhor caminho a seguir eu acredito...

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    1. Pois é Fernanda, essa questão de os pais entregarem a educação para a escola, e ainda mais errada. A escola deveria ser um lugar para o conhecimento teórico, os valores e a educação em si, tem que vir de casa. Imagina, como um professor pode ter moral para implantar a educação em crianças onde cada uma vive uma realidade diferente?
      Enquanto o índice de natalidade aumenta, a responsabilidade por essas crianças que estão chegando no mundo diminui. É triste.

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  2. O conteúdo de alguns livros são bem piores do que muitos filmes, até porque a maioria das adaptações vem cheias de cortes desse tipo. Acredito que, nessa parte, um pouco da responsabilidade também é dos pais em ficar atento ao que os filhos andam vendo/fazendo, porque essa será sua formação pro futuro. É muito triste ver questões tão sérias sendo banalizadas, mas a vida e o amadurecimento podem transformar o conceito dessas pessoas, infelizmente ás vezes havendo algum tipo de consequência. É isso... Ah, confiram meu blog: http://chegadetalvez.blogspot.com.br/

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    1. Oi Stela,
      sim, as cenas descritas em determinados livros são muito mais tensas do que passam em alguns filmes.
      Acho que a questão é que para você saber se uma coisa é para a idade do seu filho ou não, os pais teriam que ler, e infelizmente eles não querem se dar a esse trabalho. Acredito que eles pensam que por serem "apenas" livros, não oferecem nenhum tipo de ameaça.
      Obrigada pela visita!
      Estou seguindo de volta e participando do sorteio. :)

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  3. Não é nenhuma caretice de sua parte Vanessa, penso o mesmo. E também não me conforme com o que o mundo e as pessoas estão se tornando a cada dia. O que vemos atualmente é uma torrente de influências para todos os lados, e se crianças que ainda estão formando seu caráter e pensamento crítico são atingidas por tantas influências (que quase sempre são más) acabam achando que tudo é correto, que tem o poder nas mãos. Acredito que a culpa disso tudo é de toda uma sociedade que já não tem suas bases firmadas em algo concreto, e sim em competir cada vez mais uns com os outros. As relações humanas tornam-se distantes e com isso vão também as relações entre pais e filhos. Os pais querem manter os filhos fora de más influências mas também já não fazem muito para ajuda-los a se orientar s=na vida. Exatamente por achar que seus filhos estão tendo alguma cultura lendo livros, não se preocupam em verificar e conversar sobre com seus filhos. Falta de orientação na vida onde as crianças já nascem achando que sabem de tudo, e que não há "nada de mais" no que estão lendo, assistindo ou fazendo, forma caráteres maldosos, onde meninos acharão ser superiores ás mulheres, meninas que começam a vida sexual cada vez mais cedo sem se importarem com as consequências, crianças extremamente competitivas que acharão que podem passar por cima de quem for para atingir seus objetivos.
    Olha Vanessa, se isso é ser careta, sou muito careta, pois concordo plenamente, e espero que a nossa sociedade se torne mais careta nesse sentido também!
    Parabéns pelo post, amo ler textos de opinião.

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    1. Oi Flávia,

      você tem razão. Muita influência, mas pouca influência do tipo certo.
      A sociedade tem sua culpa? Sim, mas o que me deixa triste mesmo é essa falta de relação entre pais e filhos. Parece que os pais deixaram de se preocupar.
      E é exatamente essa questão de achar que o filho está tendo cultura. É fácil se gabar de que seu filho lê, mas parar para saber O QUE ele anda lendo, nenhum quer. No final das contas, não querem ter trabalho. Andam seguindo aquela coisa de que filho se cria para o mundo, só que no sentido de achar que o mundo vai criar seus filhos.
      E sendo assim, vamos montar um clube dos caretas. Haha Acredito que as coisas sigam um caminho melhor, dessa forma.
      Obrigada!

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  4. Olá,
    Bacana o texto nos faz refletir, eu sou a favor da classificação etária de livros, assim como de filmes, até porque muitas obras que têm um conteúdo pesado são acessadas por pessoas dessa idade sem elas nem terem consciência desse conteúdo. Acho que a maior solução seria sim a classificação etária dos livros.
    Beijos.
    Memórias de Leitura - memorias-de-leitura.blogspot.com

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    1. Oi Inês!

      O problema da classificação etária, é como acontece com os filmes: tem muita coisa solta da rede.
      Em um filme, por exemplo, um pai para dizer que aquilo não é para a idade do seu filho, ele tem que assitir, ou no mínimo procurar saber do que se trata, mas como as pessoas criaram uma visão de que um livro é inofensivo, acham que é cultura e é isso aí.
      Acho que seria legal as editoras buscarem colocar em evidência apenas livros que possam ser lidos por quase todos, como acontece com os de criança, sabe? Eles têm uma parte separada, nas livrarias.

      Obrigada pela visita!

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  5. Hey!
    Eu achei muito interessante o post, já que eu penso nisso desde bem nova (eu já era "careta" desde essa época hahah)!
    Quando eu tinha uns 9, 10, 11 anos, eu li e comprei alguns livros que me fizeram soltá-los! Eram livros aparentemente sem nada demais, e quando eu ia ler eu via os temas como: sexo, traição, pegação... Coisas completamente nada a ver com essa idade!!
    Então sim, eu acho que os livros deveriam ter classificações!

    Beijos!
    Parabéns pelo post!
    http://heartbreaker-girls.blogspot.com.br/

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    1. Oi Luiza!
      Ser careta é o que há. HAUHAUHAUHAU
      Você era uma criança consciente! O problema de hoje em dia, é que bem cedo as crianças já querem aprender coisa de adultos, e não percebem que estão perdendo a parte mais legal da vida, longe de preocupações.
      Me surpreende as editoras nunca terem pensado nada nesse sentido, ou se pensaram, nunca terem posto em prática.

      Obrigada! :D

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  6. Oi, Vanessa! Tudo bem? Adorei ter lido o seu texto porque compartilho algumas de suas opiniões e acho que há um sério problema com relação a duas coisas principais: a "classificação etária" para livros e a relativização de problemas sérios.
    Com relação ao primeiro, concordo que deve haver algo que controle mais as compras de livros eróticos, porque definitivamente eles não são indicados para os menores de idade. É claro que tem um ou outro que tem maturidade suficiente para ter contato com um livro desses, mas com certeza essa exceção não será alguém com 12 anos de idade. Outro ponto é que isso não se pode chegar ao extremo. Jovens tem suas vidas sexuais ativas e chegar a um ponto de dizer que livros YA não devem conter cenas assim, como eu já vi, não é uma forma de resolver o problema. Aliás, qualquer coisa extremista não é uma boa solução, mas o que quero dizer é que é necessário tirar os livros eróticos do lado dos livros YA em uma livraria da mesma forma que é preciso entender que os jovens de hoje possuem contato com muitas coisas e falar que eles não fazem sexo é uma mentira.
    O outro ponto é a relativização e eu acho tão bom que você tenha comentado sobre "As vantagens de ser invisível" porque falei exatamente isso na minha resenha. O problema nessa caso é justamente a maturidade, alguém que diz se identificar com o Charlie no aspecto da depressão e, definitivamente, não tem a doença, não vai ter a mínima noção do quão importante é ter um livro desses que trabalham essa temática para as pessoas que realmente precisam disso. É um assunto complicados, mas que deveria ser mais debatido. Adorei o post!! Bjs
    Jéssica - http://lereincrivel.blogspot.com.br/

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    1. Oi, Jéssica, tudo!
      Exatamente isso!
      Quando mais nova, eu lia coisas onde as personagens tinham dúvidas sobre seus sentimentos, primeiro beijo, perder a virgindade, o que são coisas normais de se questionar quando se está crescendo. O problema é que hoje tudo anda indo rápido demais.
      Essa separação é totalmente possível, mas acredito que muitas vezes nem quem está vendendo tem noção da diferença que existe entre os livros. Parece apenas que seguem um catálogo. Outro dia eu entrei em um pequeno desentendimento com uma vendedora de uma livraria, porque ela queria me convencer que “Louca por você” era do mesmo estilo de livros como “50 tons de cinza”. Detalhe, perguntei se ela havia lido e ela disse que não, e eu tinha lido. Como ela pode argumentar? Ou seja, ela só quer vender.
      E sim, se a pessoa tiver maturidade, ela pode ler o que quiser sem risco, mas quando vejo esse tipo de comentário sobre a pessoa se identificar com uma doença, e achar isso uma coisa boa, acho que estou ficando maluca e esqueceram de me internar. Haha
      Obrigada!

      Beijos.

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  7. Sinceramente não sei o que penso sobre esse assunto. É realmente uma coisa bem complicada, e acho que deveriam preocupar mais com isso.
    Eu tenho 16 anos e não vejo problema com esse tipo de leitura. Porém alguns pais devem ficar de olho em que seus filhos estão lendo, pois da mesma forma se forem proibida a venda, eles podem achar na internet e podendo ver coisas piores na internet. Ou seja, acho que é dever dos pais tentar regular isso.

    Gostei do debate e da sua opinião.
    www.booksever.com.br

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    1. Oi Filipe,

      com certeza é um assunto que deveria ser levado mais a sério, mas as pessoas tendem a descartar o que dá muito trabalho.
      Em alguns lugares, um cidadão com 16 anos já é considerado maior de idade, ou seja, já é reconhecido como capaz de responder pelos seus atos.
      Acredito que existam pessoas mais novas que são capazes de interpretar de forma madura algumas leituras indicadas para pessoas mais velhas, mas ainda assim, não é a maioria e acredito que livros eróticos definitivamente não entram nessa lista.
      Obrigada pela visita e por dizer o que pensa!

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