As Pelejas de Ojuara é um romance lançado originalmente em 1986 que, em 1991, recebeu uma segunda edição pela editora Nova Fronteira. É um livro de Nei Leandro de Castro, um Potiguar (ou norte-rio grandense) que fazia parte do movimento poema/processo. Era advogado e, antes desta ilustre obra, escreveu ainda diversos livros de poesia, sempre com o conteúdo um pouco, ou completamente, erógeno. Já no gênero de romances, escreveu O Dia das Moscas e Dunas Vermelhas, antes de As Pelejas de Ojuara, e A Fortaleza dos Vencidos, depois de As Pelejas de Ojuara, sendo este terceiro, seu último livro publicado em 2009. Com As Pelejas de Ojuara, Neil de Castro (como era conhecido na época) foi premiado pela União Brasileira de Escritores em 1987. O livro trata, basicamente, das andanças de seu personagem principal, Ojuara. Repleto de misticidade e alusões à cultura afro-brasileira, esse livro demonstra alguns costumes e hábitos do nordeste da época.
De muitas formas, narrativas já foram iniciadas, e essa se inicia pelo começo, “mas como assim? toda narrativa começa pelo começo ...”, deixe-me explicar: a narrativa se inicia na hora do nascimento de Ojuara, que até então era Araújo. “Oras, como assim, ele nasceu dele mesmo?”. Leia a passagem a seguir e tente entender, caro leitor:
“Verdade seja dita, Ojuara nasceu numa tarde de agosto, aos vinte e oito anos de idade. Até então, ele não passava de um bedamerda empregado no armazém do sogro[...]” (Se não entendeu ainda, vá agora comprar o livro e trate de entender).
Araújo, em suma, foi obrigado a casar com uma turca a qual desvirginou (cena muito bem relatada por sinal), e depois de anos sendo subjugado a sua mulher e ao sogro, ele finalmente morre e deixa espaço para que Ojuara nasça e, diga-se de passagem, que belo nascimento, com uma das melhores ameaças que já li na vida: “Com um murro na sua cabeça, seu bosta, eu tapo seu cu com o osso do pescoço, Quer ver?”. Logo após esse acontecimento, as aventuras de Ojuara começam, que vão de um local onde tudo era comestível, das montanhas (que eram de rapadura) às lagoas (que eram de mel) até uma prostituta que consegue tirar pregos de tábuas com a xiranha vagina.
As Pelejas de Ojuara, foi o primeiro livro brasileiro pelo qual realmente me fascinei, e o escolhi como primeira postagem por esse motivo. Já li esse livro umas quatro ou cinco vezes e sua comédia ainda me faz rir da mesma forma (parece até um episódio de Chaves). Ele me agradou tanto, não só pelo seu conteúdo de sacanagem erógeno, mas também e, principalmente, por suas alusões à cultura brasileira, à afro-brasileira e à literatura de cordel, como fica claro na passagem em que Ojuara voa no Pavão Misterioso, tema do folheto mais conhecido da literatura de cordel, de José Camelo.
Onde comprar:
É isso leitores, essa foi minha primeira postagem no blog, espero que gostem e que acompanhem a mim e as minhas amigas. Não se esqueçam de se inscrever aqui do lado para receber as atualizações do blog.
Gostei, eu só tinha visto o filme, " O homem que desafiou o diabo", nem sabia da existência de um livro... rsrsrs com certeza deve ser ainda mais engraçado e completo que o filme. Parabéns pelo post, muito bom!
ResponderExcluirMuito obrigado pelos elogios Patrícia, sim, o livro é bem mais completo, e mais engraçado, que o filme e não fique se alto julgando, acho que quase ninguém conhece esse livro =P
ExcluirEu conheci o livro depois do filme, mas ainda não li. Fiquei mais curioso! =)
ResponderExcluirLeia! Comparado ao filme, que sinceramente não gostei, é um espetáculo, faltam muitas das partes fantásticas sobre viagens a terras comestíveis e encontros com seres de outro mundo!
ExcluirAlguem tem o livro? Me passa por e-mail. alcivancoringa@gmail.com
ResponderExcluirAdorei a resenha. Estou vindo de um preciso convite feito pelo skoob.
ResponderExcluirObrigado.