
Sentada num dia nublado na movimentada rodoviária do Rio comecei a ler as crônicas do livro e foi ali que veio um estalo: Eu conheci a Martha Medeiros.
Não, não a vi entre as pessoas que passavam carregando suas malas ora chegando ora partindo, porém temos o costume de usar a figura de linguagem metonímia para se referir a obras dos outros e eu tomo a liberdade de usa-lá para repetir minha frase: Eu conheci Martha Medeiros!
Me vi perdida entre as histórias do cotidiano contada por ela, entre os desencontros, descobri que o melhor lugar do mundo é um abraço, reconheci as vezes que ao ler, ouvir música eu senti Deus, me achei na descrição dos amores platônicos, repensei sobre o que é ser culta, se aquela relação vale mesmo e até se uma frase citada por uma desconhecida a ela estava certa.
Conheci Martha Medeiros em meio ao caos de uma cidade barulhenta, mas suas palavras foram silêncio aos meus ouvidos e fazia tempo que algo me silenciava. Eu ria e controlava para não assustar quem estava perto e me irritava quando alguém puxava assunto sobre as horas ou onde ficava o banheiro. E quando dei por mim tinha acabado.
Na mesma semana eu soube que a própria estaria numa livraria autografado seu novo livro e não pude ir, mas eu já a tinha conhecido no seu livro e entrou para a lista daqueles que terei que reler.
E a pergunta que me fiz ao termina-ló foi: Porque demorei tanto para conhece-lá? Não contente eu a apresentei a uma amiga que ao ouvir eu lendo duas crônicas já declarou: Preciso desse livro.
A história de como eu a conheci começou com uma amiga que desejou na sua dedicatória que eu fosse Feliz por nada e terminou eu apresentando a outra amiga. O que posso dizer para a Bianca que me presenteou a um ano atrás: Fui feliz por nada ao ler Martha Medeiros! Obrigada!